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Como dissemos no post anterior estávamos trabalhando com nossa Micro empresa de passagem de roupas (pra melhor dizer eram só camisas sociais), e uma das coisas que precisávamos muito no dia a dia eram cabides para guardar as camisas ou transporta-las.

Normalmente as camisas quando eram entregues aos clientes, não recebíamos os cabides de volta, portanto sempre precisávamos de mais e mais.

Foi aí que achamos uma solução otima para resolver o problema: uma amiga nossa disse que poderíamos pedir os mesmos nas grandes lojas de roupas (H&M , C&A , Zara etc...) e assim seguindo o seu conselho conseguimos sempre ter um bom stock de cabides.

Eu (Dalthon) era a pessoa encarregada de fazer a recolha dos cabides pelas lojas, portanto toda segunda-feira eu começava a jornada pelas ruas do centro de Müniche. Para tal tarefa precisei aprender uma das primeiras palavras em alemão, que foi ( Kleiderbügelzubehör ) que era cabide de roupa, uma palavra bastante difícil e um complicada de falar, mas que de tanto repetir,  já falava até com sotaque (hehe), pois o resto eu me virava em inglês mesmo.

E foi num destes dias pegando cabides pelas lojas que aconteceu uma situação chata, constrangedora, mas que me fez ficar mais forte e saber lidar com as adversidades, sabendo que em qualquer lugar do mundo estamos a mercê de injustiças, enganos e preconceitos.

Pois foi assim: entrei numa grande loja (não vou citar o nome) para perguntar a atendente se naquele dia tinha cabides. Eu estava trajando um "sobretudo" preto devido ao rigoroso inverno da Alemanha, e dentro do bolso de peito tinha um dicionário de português-alemão, que eu sempre carregava comigo,  e um par de óculos da gatinha que eu iria levar para o conserto.


Neste dia, depois de perguntar a atendente e ela responder simpaticamente (pois os alemães são quase sempre) que não tinha, me dirigia em direção a saída calmamente para sair, foi quando bem perto da porta de saída fui abordado por dois enormes seguranças, que com um gesto com a  mão levantada me pediu para parar.

Eu fiquei surpreso, porém tranquilo.

Um deles tentou me tocar para revistar, mas o interceptei e perguntei um pouco nervoso: "what's up"? Eles não me responderam nada, e neste instante, entraram rapidamente pela porta dos lados, dois policiais. Fiquei mais nervoso ainda, não devia nada, mas pensem bem: estrangeiro, sem ainda falar o alemão, então o que poderia esperar?

Um dos policiais, muito, mas muito educado e gentil, me perguntou em Inglês (um inglês pior que o meu) qual língua eu falava, eu disse que era brasileiro, portanto falava o português. Ele então abriu um grande sorriso e disse que não falava português mas falava espanhol.

Em primeiro lugar, me pediu desculpas pela abordagem errada dos seguranças, e me perguntou se eu poderia mostrar o volume que tinha dentro de meu sobretudo,isto se eu quisesse, pois não era obrigado, pois os seguranças disseram que eu entrei na loja não comprei  nada e estava com um volume alto no sobretudo. Imediatamente mostrei o que tinha para os policiais, os dois seguranças ficaram vermelhos e totalmente constrangidos Me pediram muitas desculpas.

O policial me disse que eu tinha 2 dias para mover um processo contra a loja e contra os seguranças, processo do qual os dois próprios policiais seriam testemunhas.

E outra, depois de toda confusão, os policiais ainda me deram carona para casa.

Chegando em casa, o policial ao despedir de mim, fez muitas perguntas sobre o Brasil, principalmente sobre as praias e futebol.

Chegando dentro de casa contei tudo para a Gatinha que ficou super nervosa e chateada, e a partir deste dia, começamos a pensar em sair da Alemanha.

Isto serve para todos saberem que erros e injustiças não é um "privilégio" só de Brasileiros....isto tem no mundo todo.

Meu amigos, neste dia não teve receita, apenas tomei uma Smirnoff Ice junto com meu enteado Felipe pra relaxar.


 
Marienplatz - Munique, área onde aconteceu o constrangimento do "Gatinho"





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Estávamos adorando tudo em Munique.

Começamos um curso de alemão, mas faltava uma coisa importante: Trabalho.

Nosso visto nos dava, na época, permissão pra trabalhar apenas em Portugal. Podíamos permanecer na Alemanha, mas não tínhamos direito a trabalhar lá legalmente.

Então começamos a trabalhar por conta própria, e criamos uma micro, micro empresa (informalmente) de serviços, em engomar roupa. Pegávamos a roupa na casa do cliente, passávamos em casa e depois devolvíamos. Fizemos propaganda com um anuncio traduzido para o alemão no google que colávamos nos postes dos cruzamentos (método muito usado la pra fazer propaganda).

Conseguimos muitos clientes, e o melhor é que eram todos dos nosso bairro ou de bairros proximos.

Nos comunicávamos em Inglês e não tínhamos problemas nos contactos.

Eu passava, e Bem junto com o Felipe faziam a recolha e a entrega.

Tínhamos alguns cliente folclóricos como o CLOVÃO, apelidado pelo Felipe pela semelhança do jeitão dele com um senhor que frequentava diariamente uma mercearia que ficava na esquina da nossa casa em Fortaleza. Ele era casca dura, mas a esposa era um amor.
 
Tinha também o BAMBI, que era um gay que sempre os recebia aos pulos de Hello, Hello.

Até hoje eles contam rindo,  o primeiro contacto que tiveram com esses clientes.


E como matutos, sempre que tinha muita neve, íamos para os parques sentir ela cair no rosto da gente. Era muito legal.

O Bem logo arrumou também, um extra de cozinheiro num pequeno restaurante brasileiro chamado Ver o Peso.

Num dia que o restaurante estava lotado com reservas, o dono pediu o Bem pra fazer uma entrada com uma salada exótica. E então o meu Bem inventou essa salada com os ingredientes que dispunha no momento.

Deu o nome de SALAGATINHA.

SALAGATINHA  (Uma salada muito gostosa )
Ingredientes(para 5 pessoas)
1 lata de jaca ou 500 g de jaca fresca
1 pé de alface cortado a Jullien (fina em tirinhas)
1 cebola roxa cortada em meia lua
1 xícara de alho francês cortado em rodelas
3 dentes de alho picados
1 tomate cortado em 8
1 xícara de milho verde
1 pimenta dedo de moça cortada bem fininha sem sementes
1 pimentão amarelo cortado em quadrados pequenos
Queijo mussarela cortado em cubos(200 gramas)
Sal,pimenta do reino, Orégano, azeite e suco de limão para temperar(tudo ao seu gosto)

Dentro de um refratario próprio misture tudo e tempere
Dica: Reserve um pouco do pimentão do tomate e do queijo para decorar.


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 Chegamos por fim em Munique, na Alemanha.

 Por conta da ajuda de alguns conhecidos, logo conseguimos um pequeno studio (tipo uma kitchenete) num bairro muito simpático e charmoso, as margens do rio Isa e próximo ao Deutsche Museum chamado Isator. Como o studio era até grande, dividimos ele com uma estante transformando-o em 2 cómodos. Lá morávamos, eu, gatinha e meu enteado Felipe.

Um dia....

"Bem, Bem, acorda!!! Venha ver!!"-  Era Gatinha me chamando, toda eufórica para que eu visse o que aquela linda manha de outono no mês de Novembro tinha nos reservado: Neve, muita neve caía, e a gente podia contempla-la da nossa janela.

Diferente de Portugal, onde tínhamos que estar agasalhados até dentro de casa por causa do frio que entrava, a vedação e a calefação dos apartamentos na Alemanha é muito boa, e indiferente da temperatura que estivesse fazendo lá fora, dentro podíamos ficar até de shorts.

Fiquei muito emocionado e alegre, pois mesmo morando na Europa já há algum tempo, não tinha tido a oportunidade de ver ao vivo, pois em Portugal mesmo no inverno rigoroso, só neva na região da Serra da Estrela e no Extremo Norte do país. Por isso, aquele tinha sido meu primeiro contato com a neve (contato mesmo), pois saímos para brincar e curtir aquela deliciosa manhã.

 Nos dias seguintes não parou mais de nevar e isso nos deu condições de realizar um sonho de infância: Fazer um boneco de neve, como se vê na TV.

Foi muito divertido, mas um pouco complicado também. Depois de umas poucas tentativas, desenvolvemos uma "técnica" e criamos nosso primeiro Boneco de Neve. Inesquecivel, pois o primeiro boneco de neve a gente nunca esquece hehehe.



Falando em Munique, vou passar hoje pra vocês uma receita de frango assado com limão, que é muito bom e é uma receita que foi passada, a mim, por um dono de restaurante Alemão. Esta receita caiu, para mim, como uma luva, pois em Munique a carne de vaca é muito cara , então comíamos muito frango e linguiça.

FRANGO DE INVERNO.

1 Frango inteiro
1 Limão (qualquer um)
Sal grosso
2 colheres de manteiga
Pasta de alho arisco ou tempero completo

Tempere um frango inteiro com sal grosso e reserve por 10 minutos.
Coloque um limão (com casca e sem cortar)dentro do frango
Embrulhe bem o frango em papel alumínio e asse em temperatura media durante 1 h
Retire do forno, pincele o frango com uma pasta de alho(tempero completo)com manteiga
Volte o frango ao forno em temperatura alta por 15 minutos.
Já era.
Fica bem com arroz branco  e salada verde
E com um bom vinho branco para acompanhar


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Nossa primeira viagem a França, fomos primeiramente a Eperney, na região de Champagne. E depois demos uma passadinha em Paris.
Entrada da fabrica de champagne


 No hall da fabrica de champagne


Nas caves da fabrica de champagne


Torre Eiffel


Paris, cidade luz


As pontes do rio Sena


Catedral de Notredame, aquela do corcunda hehehe


Museu do Louvre, me emocionei...


Monalisa, o que não tem preço...

Venus de Milus





Amsterdan, uma cidade de Conto de Fadas. Amamos tudo.

Os canais de Amsterdan.

 Gatinho nas ruas de Amsterdan.

 Passeio aquático.

 O Bairro da Luz Vermelha





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Pensávamos em ficar também apenas um dia em Barcelona, mas ao contrario de Madrid, Barcelona nos conquistou, e acabamos por ficar 3 dias. E quando fomos embora, levamos saudades e muita vontade de voltar.
 Bem e Gatinha namorando no Parque Guell de Galdi

Gatinha sob a bênção da Sagrada Família de Galdi   

Campo Neu do Barça   

Vista aérea de Barcelona

Beira mar de Barcelona    

Las Ramblas de Barcelonas


Bem e a casa Mila de Galdi     





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Passamos apenas um dia em Madrid, mas sinceramente, foi mais do que suficiente. 
Muito bonito, mas não chega aos pés de Lisboa.

 
Gatinho na sala de armas no Palácio Real de Madrid   

 Que tal nós dois em frente ao Palácio Real de Madrid

Jardins de Madrid

Gatinho esperando nossa paella...





Passamos quase 30 dias na casa da nossa amiga Teresa Amélia.

Depois das festas de despedida, cada qual seguiu o seu caminho, até ao próximo encontro: Rebecca voltou pro Brasil (só voltamos a nos encontrar nas nossas primeiras ferias no Brasil), Felipe foi fazer Inter rail (tipo um euro passe para quem já mora na Europa) com seu amigo Issac por vários países da Europa (voltamos a nos encontrar na Alemanha), Bem e eu resolvemos passar por alguns países antes de chegar no nosso novo destino : Munique, na Alemanha.




Falando em ir embora para a Alemanha...

Já fazia 2 anos que vivíamos em Portugal e 6 meses que tínhamos ir morar juntos.

Estávamos bastante estressados e sem paciência, principalmente pelos preconceitos que sofríamos diariamente dos "alfacinhas" (termo usado para designar os habitantes da cidade de Lisboa).

Além da dificuldade para alugar apartamento, até os pequenos problemas em filas de super mercado, viravam oportunidades para ouvirmos coisas como: "Volta pro teu país".

Esta era uma das frases que mais escutávamos.

Isto nos aborrecia muito.

Mesmo sabendo que os imigrantes salvaram o sistema de Segurança Social de Portugal (tipo a Previdência Social no Brasil) do colapso, pois quase 20 % dos português viviam de seguro-desemprego. Nós imigrantes, fazíamos a nossa parte, enquanto que o seguro-desemprego virou meio de vida para uma parte dos portugueses, principalmente os Lisboetas.

Existe um ditado em Portugal que diz: " No Porto trabalha-se, em Coimbra estuda-se, em Braga reza-se e em Lisboa gasta-se/diverte-se" . E os "Alfacinhas" têm orgulho disso.

Talvez também por conta do nosso estresse, entramos na "Fase do ódio".

Tudo nos irritava, e a nossa diversão predileta era falar mal dos Lisboetas. Das pessoas, não do lugar. Sempre adoramos o país Portugal e nunca deixamos de achar a cidade de Lisboa linda e charmosa.
Nessa época contamos muitas "piadas de português" e descobrimos que muitas das piadas que contamos no Brasil, usando o português, eram contadas também pelos lisboetas usando o Alentejano (pessoas da região do Alentejo) como personagem principal.

Mas também descobrimos que "piada de português" só tem uma, o resto é tudo verdade.

Brincadeira...hehehe

Falando sério, aconteceram algumas coisas conosco e amigos que nos fez pensar em escrever um livro, cujo o titulo ia ser:

"ISTO NÃO É UMA PIADA..."

Nele escreveríamos por exemplo o episódio em que o Felipe foi comprar 3 cervejas no café que ficava embaixo do nosso prédio, e o rapaz do café marcou com uma caneta a cerveja que estava gelada (pois ele disponha apenas de uma gelada) para que o Felipe distinguisse a cerveja gelada das outras 2 que estavam naturais.

Ou então contaríamos o que aconteceu com um amigo que foi enviar uma encomenda nos correios e na hora de passar a fatura, a moça do correio perguntou em que nome ficaria a fatura, e ele, displicentemente, disse que podia deixar em branco. Quando chegou em casa descobriu que no lugar do favorecido da fatura esta escrito: "Deixa em branco".

Ou ainda, de um outro amigo que foi tirar um visto de empresário, quando pediram para ele levar 50 mil euros em espécie até o SEF (Serviço de Emigração e Fronteiras), e ele argumentou:" Mas senhora, pense bem, não seria mais prático e seguro eu trazer apenas um extrato de conta bancaria?" e ela lhe respondeu antipaticamente: "Senhor, eu não sou paga pra pensar".

Mas o pior era o que , ás vezes, saía no jornal, como uma pequena noticia, onde eles informavam que tinha sido achado o corpo de um empresário desaparecido amarado dentro do porta-mala de seu carro, que foi encontrado dentro de um lago. E com todas essas informações, "suspeitava-se" que tinha sido assassinado.



Mas tudo bem, o nosso estress também contribuía para o aumento do nosso sarcasmo.

A minha situação era ainda pior, pois com o estresse, vêio também uma forte depressão.

Tudo me irritava, até a voz deles. Por conta disso não parava em nenhum emprego.

A minha filha Rebecca decidiu voltar pro Brasil, e eu, Bem e Felipe decidimos ir para Alemanha, precisamente para a cidade de Munique, onde morava uma irmã minha.

O Heiga preferiu ficar em Portugal, pois trabalhava na Mont Blanc do El Corte Ingles, e não queria perder esse emprego.

Entregamos o apartamento e ficamos quase um mês na casa de uma amiga, a Teresa Amelia (ela esta na foto do restaurante Chinês na postagem do ano novo) preparando nossa mudança para a Baviera.
Nosso maior problema na mudança era decidir o que fazer com o nosso gato, o "Pit Bull". Não podíamos leva-lo conosco e nem manda-lo pro Brasil junto com a Rebecca, porque ficava muito caro. Então a mãe de um amigo, que tinha perdido o marido a pouco tempo e estava se sentindo muito sozinha, pediu para adota-lo. Deixamos então, o "Pit" em suas boas mãos.
Esse era o nosso gatinho "Pit Bull"

É claro que fizemos uma grande despedida, e mais uma noite, até o amanhecer, de churrasco e cerveja.

Enquanto estivemos na casa da Teresa, comíamos bastante uma mistura que o Felipe fazia com Atum, porque era fácil, rápido e não sujava muito.

O ATCHUM DO PI

2 latas de Atum ao Natural
1 cebola picada em cubinhos
1 emb. de cogumelo cortados em tirinhas
1 lata de milho
1 creme de leite
1 sazon nordeste ou se preferir um caldo de galinha
1 colher de sopa de margarina

Coloque a margarina numa panela e esquente,e seguida junte a cebola e refogue bem,coloque o atum,depois junte o cogumelo e o milho,mexa um pouco( por uns 2 minutos)..Junte o sazon nordeste,mexa mais um pouco,então,desligue o fogo e junte o creme de leite...

Fica ótimo com arroz branco e adoro comer com banana...Deliciaaaaaaaaaa...


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No mesmo verão,eu(Dalthon) e Gatinha resolvemos passear pela Linha de Cascais, começando por Cascais, Oeiras, Carcavelos, Cruz Quebrada....etc...uma região muito bonita. O verão estava escaldante, o sol muito lindo, enfim um dia bem legal.

Resolvemos voltar pra casa por volta das 21h, pois no verão o sol morria por volta das 22h.



Fomos andando até a estação dos Comboios (os Trens portugueses são chamados assim) em Carcavelos, estávamos cansadissimos e com muita fome.

Tivemos um ótimo dia de passeio, mas bastante cansativo.

Chegando na estação, sentamos num banco que estava vago, assim como quase toda a plataforma, pois não tinha muita gente. Olhando para o meu lado, vi no banco uma bolsa (tipo pochete de cintura) que com certeza alguém tinha esquecido. Na mesma hora mostrei pra Gatinha e ela apressou-se em pegar para devolver ao dono (tentar fazer com que chegasse a ele), neste exato momento, o comboio se aproximou da estação e tivemos que pega-lo, pois o próximo só era dali a 25 minutos, o cansaço e a fome eram grandes para espera-lo.

Coloquei a pochete achada dentro da minha bolsa e fomos pra casa.

Chegamos, tomamos um bom banho e jantamos; logo em seguida fomos dormir.

No outro dia quando tomávamos o café da manha, lembrei -me da bolsa e resolvi abri-la para ver se achava alguma referencia do dono(documento, endereço, telefone...) e foi um espanto o que encontramos: Nada de referencias, apenas dinheiro em espécie(euros e dólares) , num total de 1000 euros e 600 dólares. Nos entreolhamos assustados e com frio na barriga, procuramos de novo qualquer papel que pudesse nos levar ao dono e nada.

Foi aí que tomamos a seguinte decisão: FICAR COM TODO O DINHEIRO PARA NOS.

Isso mesmo meu caros amigos seguidores do Blog, estávamos numa fase bem apertados de grana, o dinheiro veio em nossa direção, insistiu e quis ficar, então nos aceitamos esta oferta do destino. Depois de tomada a decisão, parece que a ficha caiu e ficamos muito felizes. Estávamos planejando uma mudança para Alemanha e precisávamos de uma boa grana, esta então, caiu como uma luva.

Neste dia para comemorar, preparei um prato de origem francesa, porém com adaptações feitas por mim, o qual batizei como :

BIFE DE PIMENTA A MODA PAULISTANA
1 bife por pessoa
4 dentes de alho moídos
2 tabletes de caldo de carne
1 copo (200 ml) de creme de leite
Pimenta preta (metade moída na hora e a outra deixe sem moer)
Vinho Branco(1 cálice)
Sal a gosto
Manteiga (2 colher)
1 fio de azeite

Numa frigideira bem aquecida coloque um fio de azeite e alguns segundo depois , 1 colher de manteiga
Refogue os alhos moídos
Acrescente os bifes, temperados com o sal e a pimenta moída
Retire os bifes tendo atenção para que eles estejam no máximo mal passados e reserve
Na mesma frigideira, acrescente a outra colher de manteiga, os tabletes de caldo de carne e as pimentas sem moer
Deixe dissolver bem os tabletes de carne e acrescente o vinho branco, e depois de 2 minutos os bifes, em seguida o creme de leite.
Deixe apurar bem, pois tem que ficar um creme escuro.
Retire os bifes, ponha numa travessa,cubra com o molho da frigideira e se quiser coloque mais pimentas inteiras por cima.

Obs: Fica uma Louxura


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No começo do verão europeu fomos passar um final de semana no Algarve (litoral sul de Portugal) e lá o Felipe levou uma queda, machucando o joelho.


Por conta desta queda ele precisou operar e ficou 3 meses sem trabalhar.

O seu primeiro trabalho depois da operação foi num mini-mercado, desses que vc faz tudo: caixa, reposição de mercadoria, etc.

Um belo dia chega ele de táxi em casa.

Já estranhei o "luxo" porque nessa época estávamos um pouco apertados de dinheiro, por conta de ter mais uma pessoa desempregada na casa: eu, Sandra.

Aqui na Europa é muito problemático para imigrante ficar sem trabalho, porque você não tem reservas. Tudo que sobra a gente manda pro Brasil. No desemprego a gente para de receber, mas as contas não param de chegar. E as despesas são mesmo muito altas.

Voltando ao táxi, além do Felipe, veio também 6 caixas de macarrão com ele. Cada caixa continha 10 pacotes de 1 kg de macarrão. O Felipe estava fazendo reposição e ao abrir as caixas com um estilete, por inexperiência, acabou cortando os pacotes que estavam dentro.

Em resumo: teve que "comprar" tudo que cortou.

Estávamos na metade do mês e o dinheiro já quase acabando.

Então juntamos a necessidade com vontade de comer, e passamos o resto do mês comendo os benditos macarrões.

No começo ainda rolou uns molhinhos, mas pro final, vivíamos de macarrão a alho e óleo que a minha filha Rebecca fazia e ficava um delicia.

De dia macarrão, macarrão, macarrão.

E de noite pra variar, umas "bruacas" que o Heiga fazia pra gente conseguir comer macarrão novamente no dia seguinte.

O final do mês demorou. Quase não chega. Mas enfim chegou.

Ainda sobrou mais de uma caixa de macarrão, mas estes distribuímos entre os vizinhos e amigos.

Nunca pensei que um kilo de macarrão rendesse tanto...

MACARRÃO ALHO E ÓLEO
1 pct de macarrão
7 ou 8 dentes de alho amassados
1 caldo de galinha
coentro(ou salsa) e cebolinha
azeite
1 colher de chá de margarina

Cozinhe o macarrão al dente,depois escorra...
Então em uma panela coloque o azeite e a margarina,depois coloque o alho e refogue um pouco,depois junte o caldo de galinha e desligue o fogo...junte o macarrão aos poucos e misture bem,depois de terminado jogue por cima um pouco de coentro e cebolinha...
E bom apetite...


"PANQUHEIGA"
Leite, farinha de trigo, ovos, sal...
bate tudo...
faz a massa e depois frita...
aí se quiser pode fazer bem salgada e por verduras e salame. (essa é de luxo hehehe)



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Como disse no post anterior, citei o fato da Gatinha trabalhar num minimercado, portanto, ela sempre estava a par das promoções do momento.

Num belo dia chegou em casa e disse que o leite estava em promoção com um preço muito baixo.
Eu, Felipe e Heiga estávamos numa fase de malhar, aliás, estávamos mais na vontade.Tínhamos um habito de tomar uma vitamina achocolatada própria para quem pratica musculação, era um composto em pó que se adicionava leite.

Sabendo-se então da promoção do leite fomos novamente os três para o minimercado e voltamos com todo leite que nossas forças puderam carregar, na verdade, tinha leite para alimentar uns mil bezerros.

Devido a promoção da cerveja, nossa pequena cozinha estava superlotada, com o leite então ficou pior.

Encostado numa parede duas pilhas até o teto de cerveja. Na outra parede a mesma quantidade de leite.

As pessoas que iam em nossa casa ficavam impressionadas e achavam engraçado os opostos entre a bebida saudável e a bebida "farravél".

Para beber todo aquele leite não foi tão fácil como beber a cerveja ,mas demos conta do recado.

Nos cafés da manhã comecei a fazer varias guloseimas para acompanhar o nosso leitinho, entre eles a "Pizza Pão", que realmente é um espetaculo.

Por falar em minhas receitas, tínhamos uma mania: quando eu fazia um prato bom, costumávamos fazer aquele prato sempre, até enjoar. E com a" Pizza Pão" na foi diferente.


"PIZZA PÃO"

Pão tipo Francês(cortado ao meio)
Tomate(cortado em rodelas)
Queijo Muzzarela fatiado
Azeite
Manjericão
Oregano
Sal

Numa assadeira coloque as bandas de pão
Coloque uma fatia de queijo em cada parte do pão,em cima do queijo uma rodela de tomate
Pulverize com oregano ,uma pitada de sal e regue com um fio de azeite
Leve ao forno(180 graus) ate gratinar o queijo(10 minutos)
Coloque manjericão picado por cima depois de tirar do forno




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O Reveillon foi-se e adentramos em mais um ano em Portugal ,com muito frio como era esperado.

Tínhamos uma vida de casa-trabalho-casa, pois não era sempre que dava para sair do orçamento e ir para baladas e passeios. E o frio também não ajudava, por isso até preferíamos ficar em casa e fazer alguma coisa, sempre com a presença (além de mim e a Gatinha)do meu enteado Felipe, do Heiga e quase sempre do Abraão, Lenin e as vezes sua Tia Emilia.

Toda reunião em casa era sempre regada com muita cerveja, violão, conversas(principalmente politicas )e claro um bom tira-gosto.

Nesta época a Gatinha trabalhava num Minimercado (chamado Mini preço) e nos falou sobre uma super promoção de cerveja que estava tendo la, nem pensamos ,corremos (eu,Felipe e Heiga) e trouxemos toda cerveja que nossos braços puderam carregar.


Pra beber toda aquela cerveja, foi nescessario Janeiro e Fevereiro, e consequentemente as "reuniões" passaram a ser mais frequentes, e os tira-gostos mais sortidos, entre eles: minha receita de caldo de Mocoto.

Dávamos preferência aos caldos, porque no inverno eles são otimos.

O Heiga puxava sempre a animação com boas musicas (mas sempre interrompido pelo Abraão que ficava pedindo pra tocar a toda a hora uma musica do Raul Seixas "Meu amigo Pedro"), a Gatinha sempre animada falando do Brasil e a vontade de voltar ,o Felipe rindo de tudo e adorando tudo ,mas sempre com poucas palavras e eu bebendo, cozinhando,cantando (adoro) e contando piadas (ate que sou bom nisso).

E essa era nossa diversão, com boas pessoas ao nosso redor ,pra tornar nossos dias mais felizes quando estando longe da Terrinha.

CALDO DE MOCOTÓ A MODA EUROPA

1 pé de boi (mocotó)
1 limão
1 cebola
3 tomates
1 folha de louro
sal e pimenta a gosto
2 dentes de alho
cebolinha verde
coentro
Pimenta(alguma bem forte)
100 ml de Cachaça
Molho de tomate
Creme de leite(100 ml)
Agua(o quanto precisar)
Vinho branco(1 copo tipo americano)

Lave o mocoto,tempere com limão,sal e pimenta e reserve
Faça um refogado com a cebola,alho,louro e tomate numa panela de pressão
Acrescente o Mocoto e refogue por mais 10 minutos
Acrescente o vinho branco para refrescar
Quando levantar fervura acrescente o molho de tomate,a cachaça o coentro e a cebolinha e cubra com agua(ate cobri r todo o mocoto com dois dedos acima)
Tampe a panela e deixe cozinhar bem,ate a carne começar a derreter
Depois de aberta a panela,corrija o sal ,acrescente o creme de leite e deixe em fogo baixo para apurar.
Desligue o fogo e acrescente mais coentros(eu coloco muito,muito mesmo)
E pode servir.
Fica show de bola,eu garanto.

                                      Bem, Felipe, Sagüi, Abraão e Heiga com seu violão


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