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Como disse antes, nossa familia tinha mais um agregado: Tim, um gatinho Siames que o Bem tinha me dado de presente.

Pois é, Tim tava se sentindo um pouco sozinho porque passávamos muito tempo nos restaurantes colocando aquilo em ordem.

Um dia chegamos em casa e não o encontramos.

Ficamos desesperados.

Procuramos por todos os lados, demos uma volta no quarteirão e nada de Tim.

Desconviamos de tudo, até dele ter passando pela porta quando entramos sem ser visto. Até ele ter sido roubado, pois em frente a nossa casa morava umas garotas (essa região era repleta de Republicas estudantis, pela aproximidade com a Universidade de Coimbra) que passavam o dia soltando beijos pra ele, que ficava na janela da frente todo exibido, se sentindo.

Chorei. Bem chorou, mas nada de Tim.

Nossa casa era de 2 andares e deixavamos sempre aberta uma janela do nosso quarto que dava para os fundos de um Museu, mas que pelo desnivel do terreno era muitoooo mais alto do que na frente. O problema é que lá viviam aproximadamente uns 20 gatos que eram alimentados pelo pessoal do museu.

Dois dias depois era a nossa folga e passamos o dia em casa. No final desse dia ouvi um miado familiar, e disse pro Bem: "É o Tim". Identifiquei de onde vinha o miado e vi pela janela o "bonitão" no meio das plantas do quintal do museu.

Tive vontade de mata-lo. Mas muito aliviada por encontra-lo.

O cio das gatas do Museu fez o Tim pular de uma
altura de aproximadamente de 25 metros por "amor".

Vinha todo sujo e cheio de carrapicho.

Decidimos arrumar uma companhia pra ele e foi então que encontramos a Pingo. Colocamos esse nome, porque ela era muito pequenina quando fomos busca-la.

Tim e Pingo, sua fiel companheira


Nesse começo, quase não cozinhamos porque o restaurante toma muito o nosso tempo e nas folgas preferiamos ir comer fora.

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Já fazia quase um ano que estávamos vivendo no Funchal, e tudo estava sob controle nos restaurantes.

Recebemos então, uma nova proposta do Diretor do Chimarrão para irmos para a cidade de Coimbra, pois estavam com problemas em 2 lojas que tinham lá. Claro, com as mesmas condições que tínhamos na Madeira.

Apesar da beleza e boa vida que tínhamos na Madeira, alguma coisa tava mal. A sensação de estar ilhado incomodava um pouco a gente, e ainda mais depois de termos presenciado um grande tempestade que passou por lá, que deixou a gente com medo.

Em uma semana, já estávamos com nossa mudança pronta, e com a família aumentada com o meu querido Tim, um gatinho siames que ganhei do Bem. Ele viajou dentro do avião com a gente e mesmo meio grogue, por causa de um calmante receitado pelo veterinário, tava se sentindo.


Tim 

Outro Smart do Chimarrão aguardava a gente no aeroporto de Lisboa, e nele fomos para Coimbra.

Chegamos na cidade em uma noite muito fria e debaixo de muita chuva.

Nos acomodamos na primeira pousada que encontramos. Era um lugar antigo e escuro.

Bateu um arrependimento.....

Mal sabíamos que aquela, iria ser a cidade que mais nos encantaria em Portugal.

No dia seguinte, logo conseguimos uma casa muito legal, que seria o "palco" de muitas das nossas aventuras na cozinha.

Alias, lá , foi o lugar onde mais cozinhamos em casa e onde o Bem mais deixou a sua criatividade culinária extravasar.

O Palco

  Um dos primeiro pratos que fizemos la, muito fácil, que Bem tentou me ensinar sem sucesso, foi tipo um suflê de batatas que batizamos: "Batatas que te quero".

BATATAS QUE TE QUERO
(para 4 porções)

1 kg de batatas
500 g de queijo fatiado
1 copo de creme de leite
1 tablete de caldo de carne
2 dentes de alho
1 colher de manteiga
1 copo de leite
1 colher de farinha de trigo
Sal a gosto

Dissolver a manteiga e acrescente o alho picado e o caldo de carne. Depois acrescente a farinha de trigo e mexa até virar uma pasta. Em seguida coloque o creme de leite e o leite. Sal a gosto. Em fogo alto mexa até engrossar. reserve.
Corte as batatas em rodelas finas. Cozinhe-as e deixe-as ao dente. Numa forma, faça camadas intercalando o molho, batata e queijo (nesta ordem). Levar ao forno alto por 30 minutos.
E bom apetite.

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Este mês vamos começar a série de videos-receitas, com o video da Pizza Pão.

Receita publicada no nosso post  "Trabalhar em mercado tem suas vantagens..."


 

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A ilha da Madeira é mesmo muito linda.

Linda e pequena. Em um dia é possivel ter uma visão geral de toda a ilha. Um passeio que eles chamam de "Volta a Ilha".

Nos fizemos e vamos compartilhar com vcs isso...

Aqui começamos o passeio, pois é em frente onde moravamos, no Funchal...  
                    

             Balneario do Lido               


Marina do Funchal


Praia Formosa


Visão geral da Ilha


Picinas de Porto Muniz


Pico do Arieiro, normalmente vê-se as nuvens abaixo do pico com uma paisagen muito bonita, mas nesse dia as nuvens estavam muito altas e nos ficamos no meio delas.


Santana e suas casas tipicas.


Ribeira Fria, no interior da Ilha onde eles criam trutas.


Parte da costa da Ilha. 


 Passeio de Nau...


 Extra: nossa torcida na copa de 2006 no Funchal



 



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Três meses depois do novo shopping ter sido inaugurado,  quando nós já estávamos nos acostumando com a nova praça de alimentação, surgiu uma outra oportunidade de trabalho.

Nós já havíamos conversado sobre a hipótese de sair de Lisboa e ir para alguma cidade menor, pois o custo de vida diminui consideravelmente e o nosso dinheiro renderia mais. Então, em uma conversa informal com o Diretor da loja onde eu era a gerente, falei sobre essa nossa ideia. Ele parou e pensou um pouco e me propôs mudar pra Ilha da Madeira.

Falou que eles estavam com problemas nas 3 lojas que tinham lá e precisavam de uma pessoa de confiança pra administra-las. Como eu tinha a confiança dele e do proprietário, achou que eu era a pessoa certa. Claro que o meu salário aumentaria e a empresa pagaria minha moradia e cederia um carro da empresa.

Na hora fiquei um pouco assustada pela surpresa, mas prometi que ia falar com o meu marido sobre essa proposta.

Em resumo, 15 dias depois embarcamos para o Funchal na Ilha da Madeira, com o Bem contratado com gerente de uma das lojas.

Logo na chegada ficamos impressionados pela beleza do lugar, a Ilha da Madeira é mesmo muito linda.

Conseguimos alugar um ap em frente do shopping onde eu ia trabalhar, muito confortável . Com piscina, quadra de Ténis e serviço de limpeza incluído.

Tinha uma vista espetacular.



E o clima maravilhosamente agradável.

Recebemos um Smart da empresa para nos servir de locomoção.




Aproveitamos muiiiiiiiiiiiito a Ilha da Madeira, e tivemos uma vida bem boa.

Nessa época quase não cozinhamos, pois comíamos muito fora, na churrascaria onde trabalhavamos e em restaurantes nos passeios que sempre faziamos pela Ilha.

Os frutos do mar eram bem acessíveis e nas poucas vezes que cozinhamos, comíamos muito esse camarão:


CAMARÃO DA ILHA

- 1/2 Kg de Camarão
- 6 dentes de alho picado
-Pimenta e sal a gosto

Sem descongelar o camarão, cubra com agua, colocando sal e pimenta. Tampe a panela, colocando em fogo alto. Deixe até quase secar sem abrir a panela. Em seguida baixe o fogo e coloque o alho. Mexa sem abrir a panela, chacoalhando a cada minuto até o camarão estar cozido. Numa travessa derramar um fio de azeite no camarão e salpicar coentro picado por cima.


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Meu Bem adora e entende de futebol como ninguém.

Ele vai partilhar com vocês sua opinião através de uma crônica esportiva mensal em vídeo.







O Natal passou,mais um ano terminou e um outro começou.

Com o começo do novo ano, uma mudança em nossa vida profissional. 

Nesta época trabalhávamos cada um num restaurante que ficava num mesmo Shopping ou Centro Comercial como se diz em Portugal e fomos informados  que iríamos ser transferidos de restaurante para um outro Shopping que iria ser inaugurado. Não ficamos chateados, pois por uma feliz coincidencia a transferencia foi para os dois, mesmo trabalhando em restaurantes diferentes.

A Gatinha assumiu a sua função de Gerente no restaurante que trabalhava e eu assumi as minhas na minha cozinha.

Tudo caminhava bem e tranquilo , a não ser pelo percalço que estávamos tendo por falta de transporte. Nas primeiras duas semanas demos um jeito (pegamos carona, táxi, andamos um trecho a pé....etc), mas depois ficou insustentavel e chegamos a seguinte conclusão: Temos que comprar um carro.

O grande lance de se ter um carro em Portugal pelo menos naquela altura , nunca foi pelo aspecto financeiro, mas sim pelo burocrático. Trocar uma carta de condução de outro país para lá exigia uma burocracia absurda , demorada, cansativa e tremendamente confusa. Por estas e por outras que ficamos tanto tempo sem ter carro. Os meios de transportes eram e são muito bons em Portugal, isto não da para negar. Infelizmente naquela região de Loures onde estávamos trabalhando é que ainda estava mal, pois como era um bairro novo que na realidade estava sendo construído e urbanizado os meios de transportes estavam trabalhando  ainda de maneira lenta.

Para se comprar um carro,como eu já tinha dito o mais importante era regularizar a carteira de motorista, ou melhor a carta de condução. Fomos então enfrentar as dificuldades da troca da carta. E a sorte estava realmente do nosso lado, pois com a ajuda do nosso senhorio, sr Jorge, que era um morador antigo de nossa freguesia e lá possuía muitos imóveis e um certo prestigio (pois aqui na Europa também tem padrinho, pistolão e Q.I - quem indique, viu?). Com o problema da carteira resolvido fomos procurar um carro pra comprar. Compramos o carro de um amigo nosso Angolano que o  estava vendendo pois iria voltar pra Angola, pois ele tinha ganho um prémio no Euro Milhões (Mega Sena Brasileira)  no valor de 330.000,00 euros, mas isto já é outra história.... O carro era um Renault 16, muito bom, não era novo mas eu gostávamos muito dele, logo foi batizado  de "Formoso".

Carro comprado, problema resolvido. Chegávamos e voltávamos do trabalho mais rápido e cada vez mais unidos.
                               Gatinha em frente ao "Formoso"

                                Eu e o "Formoso"
       A compra ajudou muito no inverno, pois aliviou o frio que enfrentávamos todos os dias.
  
       E assim seguíamos nossa vida de imigrante.




Voltamos das ferias no Brasil mais arrasados do que fomos. A saudade era tão grande que parecia que não iamos suportar.

Eu mesma comecei a chorar uma semana antes de vir embora agarrada com os meus 2 filhos.

Mas fazer o que... é a vida.

Pra desviar a atenção da saudade, então resolvemos começar a planejar o nosso natal.

Não conseguíamos ver nada de diferente pra fazer, então resolvemos fazer uma ceia legal só pra nos dois mesmos.

Por conta de um acordo no trabalho (dividíamos os funcionários: uma parte trabalhava no Natal e a outra no Ano Novo) ficaríamos 2 dias em casa no Natal ( 24 e 25 ).

No dia 24, acordamos cedo e começamos a limpar e arrumar nossa casa.

Claro que acompanhado de uma cervejinha e muita musica brasileira as "alturas".

Fazia muito frio, e em Portugal a maioria das casas não tem boa calefação e tava gelado dentro de casa. Tínhamos um aquecedor, mas era pequeno e não vencia o frio.

Tomamos "todas". Tanto pela animação como também pra amenizar o frio.

Depois da casa estar super limpa, Bem preparou a nossa ceia.

Ficou linda e saborosa: Foi lombinho de porco enfeitado com fios de ovos (a cara da minha infância) acompanhado com arroz com passas. Teve ainda nozes e um bom vinho branco português da região do Alentejo para completar.

Foi otimo.

Estava uma delicia e ficamos os dois até de manhã ouvindo musica e conversando.

Haja assunto!!!

Estávamos sozinhos, mas isso nos bastava.

     Meu gatinho: o autor da "obra de arte" pronto pra comer...

                          Tim-tim.... e bom apetite

LOBINHO DE PORCO COM FIO DE OVOS

Ingredientes
1 Lombinho (a sua escolha)
Azeite
Bacon em fatias (o suficiente para cobrir o Lombinho)
Alho amassado(8 dentes)
Colorau (1 colher de café)
Banha (1 colher de sopa cheia)
Salsinha (1/2 maço)
Pimenta do reino a gosto
Suco de 2 limões
2 copos de vinho branco
Sal fino a gosto
2 Folhas de louro

Fure muito bem o Lombinho e o tempere com sal ,pimenta do reino e metade do suco de limão.
Reserve por 30 minutos.
Num refratario junte a banha , o alho amassado, o azeite, o colorau, 1 copo de vinho branco, a salsinha e as folhas de louro. Faça uma pasta
Com esta pasta tempere muito bem o lombinho e conclua com um copo de vinho por cima. Deixe marinar por 2 dias.
Numa forma para assar coloque o lombinho e cubra ele todo com as fatias de bacon. Em seguida enrole num papel alumínio.
Asse numa temperatura de 150 graus por 1 hora e  depois retire o alumínio e asse por mais 1/2 hora a 180 graus.
Decore com os fios de ovos ao redor

Ps. Na nossa ceia de Natal ,este Lombinho foi acompanhado de arroz com passas.Fica uma delicia.



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Já fazia 5 meses que eu (gatinha) trabalhava no restaurante Chimarrão.

Tive a sorte da gerente da loja que eu trabalhava ser transferida para uma outra loja no Algarve e o meu patrão gostar do meu trabalho e minha postura, então fui promovida a gerente da loja.

O Bem já era o responsável do fast food onde trabalhava.

Com a vida estável, já dava pra pensar em ir de ferias ao Brasil, pela primeira vez, depois de mais de 3 anos e meio de Europa. E em um mês decidimos viajar.

Aproveitamos as nossas ferias semestrais de 15 dias e conseguimos passar 18 dias no Brasil.

Como o tempo era curto, só deu pra ir a Fortaleza, deixando São Paulo para próxima, quando nos programaríamos melhor.

Foi uma emoção rever a minha terra. Tava com tantas saudades.

Ter a família, inclusive os meus filhos, por perto, me deu mais segurança.

Acho que todo brasileiro devia passar um tempo fora do Brasil pra perceber o quando nossa terra nos faz falta.

Família Real

Meus queridos tios: Monica e Edilson

Passeio no Beach Park com filhos e casal de amigos: Alexandre Bigode e Thais.

Eu, Rebecca e Fernando Manuel, amigo de infância dos meus filhos

Gatinho hiper-super bronzeado

Só no pagodinho oh oh

Os homens da minha vida...







Presumo que já perceberam que nós gostamos muito de conhecer lugares.

Provavelmente conhecemos melhor Portugal do que muitos portugueses.

Entre essas nossas excurções, está uma visita que fizemos a  Óbidos, uma simpática vila medieval.

Andávamos na muralha do Castelo procurando alguém que pudesse tirar uma foto nossa, quando encontramos 2 garotos que eram do Rio Grande do Sul.  Bem,  louco por futebol que é, logo puxou a conversa pra qual time eles torciam, e eles se declaram gremistas "é claro" (assim falaram).

Agradecemos e descemos para o interior do castelo.

Em nossa direção vinha um senhor alto e de porte  atlético, e ao me aproximar dele, disse em voz alta para o Bem:

"Bem, é o Felipão...".

Luis Felipe Scolari, o Felipão, sorriu e respondeu: "É sim , é o Felipão".

Óbvio que tiramos fotos com ele e Bem ainda puxou algum assunto sobre futebol. Foi muito simpático. Ele tinha acabado de assumir a seleçâo Portuguesa de Futebol, a qual mudou a cara.

 
Bem e Felipão

 Gatinha e Felipão

Encontramos o Felipão e sua família em vários momentos do passeio, e descobrimos que o garoto que tinha tirando nossa foto na muralha do castelo era o seu filho.

Comemos um belo javali num restaurante muito charmoso . E finalizamos com um digestivo chamado ginjinha, um licor de Ginja típico de Óbidos.

Em homenagem a esse passeio, deixo aqui a receita deste licor:


GINJINHA DE ÓBIDOS

Utilize ginjas maduras, uma boa aguardente sem cair em exageros.
Passe as ginjas por água para retirar o pó, tire-lhes os pés, e seque as ginjas com papel absorvente para retirar o excesso de água da lavagem.

Coloque as ginjas em garrafas de boca larga até 1/3 do volume da garrafa, ponha o açúcar até chegar ao nível da fruta, um pau de canela, tape e abane a garrafa ligeiramente para envolver o açúcar na fruta e deixe repousar até ao dia seguinte.

No dia seguinte, acabe de encher a garrafa com aguardente, tape e abane as garrafas diariamente durante pelo menos uma semana.

Guarde-as num local escuro durante pelo menos três meses, ao final desse tempo prove para ver se está bom de açúcar, senão estiver acrescente mais uma ou duas colheres de açúcar conforme o gosto e volte a tapar a garrafa.

 Ao fim de seis meses está pronta a beber, mas aconselho vivamente a esperar um ano para provar o delicioso néctar...



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Bem sempre adoroooooooou contar piadas.

Por isso, resolvemos compartilhar com vocês esses momentos divertidos.






Por conta desse problema com os seguranças da loja com o Bem e outras dificuldades, desanimamos e resolvemos voltar pra Portugal. O Felipe voltou pro Brasil e nos para Lisboa.

Logo que chegamos, mais uma vez, fomos socorridos por nossa amiga Teresa e ficamos ainda um mês na sua casa.

Na segunda semana conseguimos emprego em um Centro Comercial (que é como eles chamam shopping). Bem como churrasqueiro em um fast food  e eu como caixa em uma churrascaria.
Ficava em Odivelas, grande Lisboa, então decidimos procurar um lugar pra morar próximo ao trabalho.

Não foi difícil e logo alugamos um pequeno apartamento com 2 assoalhados de um senhor português bem típico, daqueles que usa bigodão e fala: "estais a brincar, ou o que" quando perguntamos se o lugar era seguro.

Nos gostávamos de trabalhar no Odivelas Parque. Fizemos muitos amigos e lá  ficamos por quase 2 anos.

O Bem trabalhava em um fast food que vendia menus de grelhados para a praça de alimentação do shopping. Ficou muito amigo dos seus colegas de trabalho, na grande maioria também brasileiros. Era a loja que mais vendia no shopping depois do McDonald. E com esse movimento todo e as "figuras" que trabalhavam com ele, só podia acontecer sempre muitas coisas e ser muito divertido.

Entre eles, podemos destacar o Souza, o Rocha, o Arafá (paquistanês) e o Raimundo, um maranhense que era o chefe dos churrasqueiros e detestava reclamações. Quando o Bem lhe dizia que alguém tinha reclamado qualquer coisa,  ele respondia: "deixa ele vir reclamar, que só de faca aqui tem 7" e caía na gargalhada . Ficava passando a faca no fusil, fazendo muito barulho  pra "intimidar" e evitar o tal do "livro de reclamações".

Claro que isso não passava de brincadeira, mas eles se divertiam com essas conversas.

Temos muito boas lembranças dessa época. Íamos e voltávamos juntos do trabalho. E no nosso pequeno ap ficávamos cada dia mais unidos. Passávamos as nossas folgas todas em casa assistindo vídeos e cozinhando.

Mas no começo, foi um pouco difícil acostumar com o intenso ritmo de trabalho e as folgas eram praticamente para descansar.

Nessa época o Bem trazia as carnes que deixam de ser vendidas no "Frango e Cia" e com elas faziam um arrumadinho que era uma beleza.


ARRUMADINHO

Carne de sobra de churrasco (pode ser de porco,Frango,Boi) em cubos pequenos
1 cebola picada
3 dentes de alho picados
Salsinha picada a gosto
Coloral
Pimenta dedo de moça picada
Sal e pimento a gosto
1 fio de azeite


Numa frigideira esquente o azeite
Em seguida refogue a cebola o alho e a pimenta
Coloque a carne toda cortada em cubinhos,acrescente coloral e refogue  por 5 minutos
Em seguida desligue o fogo,coloque a salsinha e tape a panela até servir.

                                                      Bem e Raimundão



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Como dissemos no post anterior estávamos trabalhando com nossa Micro empresa de passagem de roupas (pra melhor dizer eram só camisas sociais), e uma das coisas que precisávamos muito no dia a dia eram cabides para guardar as camisas ou transporta-las.

Normalmente as camisas quando eram entregues aos clientes, não recebíamos os cabides de volta, portanto sempre precisávamos de mais e mais.

Foi aí que achamos uma solução otima para resolver o problema: uma amiga nossa disse que poderíamos pedir os mesmos nas grandes lojas de roupas (H&M , C&A , Zara etc...) e assim seguindo o seu conselho conseguimos sempre ter um bom stock de cabides.

Eu (Dalthon) era a pessoa encarregada de fazer a recolha dos cabides pelas lojas, portanto toda segunda-feira eu começava a jornada pelas ruas do centro de Müniche. Para tal tarefa precisei aprender uma das primeiras palavras em alemão, que foi ( Kleiderbügelzubehör ) que era cabide de roupa, uma palavra bastante difícil e um complicada de falar, mas que de tanto repetir,  já falava até com sotaque (hehe), pois o resto eu me virava em inglês mesmo.

E foi num destes dias pegando cabides pelas lojas que aconteceu uma situação chata, constrangedora, mas que me fez ficar mais forte e saber lidar com as adversidades, sabendo que em qualquer lugar do mundo estamos a mercê de injustiças, enganos e preconceitos.

Pois foi assim: entrei numa grande loja (não vou citar o nome) para perguntar a atendente se naquele dia tinha cabides. Eu estava trajando um "sobretudo" preto devido ao rigoroso inverno da Alemanha, e dentro do bolso de peito tinha um dicionário de português-alemão, que eu sempre carregava comigo,  e um par de óculos da gatinha que eu iria levar para o conserto.


Neste dia, depois de perguntar a atendente e ela responder simpaticamente (pois os alemães são quase sempre) que não tinha, me dirigia em direção a saída calmamente para sair, foi quando bem perto da porta de saída fui abordado por dois enormes seguranças, que com um gesto com a  mão levantada me pediu para parar.

Eu fiquei surpreso, porém tranquilo.

Um deles tentou me tocar para revistar, mas o interceptei e perguntei um pouco nervoso: "what's up"? Eles não me responderam nada, e neste instante, entraram rapidamente pela porta dos lados, dois policiais. Fiquei mais nervoso ainda, não devia nada, mas pensem bem: estrangeiro, sem ainda falar o alemão, então o que poderia esperar?

Um dos policiais, muito, mas muito educado e gentil, me perguntou em Inglês (um inglês pior que o meu) qual língua eu falava, eu disse que era brasileiro, portanto falava o português. Ele então abriu um grande sorriso e disse que não falava português mas falava espanhol.

Em primeiro lugar, me pediu desculpas pela abordagem errada dos seguranças, e me perguntou se eu poderia mostrar o volume que tinha dentro de meu sobretudo,isto se eu quisesse, pois não era obrigado, pois os seguranças disseram que eu entrei na loja não comprei  nada e estava com um volume alto no sobretudo. Imediatamente mostrei o que tinha para os policiais, os dois seguranças ficaram vermelhos e totalmente constrangidos Me pediram muitas desculpas.

O policial me disse que eu tinha 2 dias para mover um processo contra a loja e contra os seguranças, processo do qual os dois próprios policiais seriam testemunhas.

E outra, depois de toda confusão, os policiais ainda me deram carona para casa.

Chegando em casa, o policial ao despedir de mim, fez muitas perguntas sobre o Brasil, principalmente sobre as praias e futebol.

Chegando dentro de casa contei tudo para a Gatinha que ficou super nervosa e chateada, e a partir deste dia, começamos a pensar em sair da Alemanha.

Isto serve para todos saberem que erros e injustiças não é um "privilégio" só de Brasileiros....isto tem no mundo todo.

Meu amigos, neste dia não teve receita, apenas tomei uma Smirnoff Ice junto com meu enteado Felipe pra relaxar.


 
Marienplatz - Munique, área onde aconteceu o constrangimento do "Gatinho"





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Estávamos adorando tudo em Munique.

Começamos um curso de alemão, mas faltava uma coisa importante: Trabalho.

Nosso visto nos dava, na época, permissão pra trabalhar apenas em Portugal. Podíamos permanecer na Alemanha, mas não tínhamos direito a trabalhar lá legalmente.

Então começamos a trabalhar por conta própria, e criamos uma micro, micro empresa (informalmente) de serviços, em engomar roupa. Pegávamos a roupa na casa do cliente, passávamos em casa e depois devolvíamos. Fizemos propaganda com um anuncio traduzido para o alemão no google que colávamos nos postes dos cruzamentos (método muito usado la pra fazer propaganda).

Conseguimos muitos clientes, e o melhor é que eram todos dos nosso bairro ou de bairros proximos.

Nos comunicávamos em Inglês e não tínhamos problemas nos contactos.

Eu passava, e Bem junto com o Felipe faziam a recolha e a entrega.

Tínhamos alguns cliente folclóricos como o CLOVÃO, apelidado pelo Felipe pela semelhança do jeitão dele com um senhor que frequentava diariamente uma mercearia que ficava na esquina da nossa casa em Fortaleza. Ele era casca dura, mas a esposa era um amor.
 
Tinha também o BAMBI, que era um gay que sempre os recebia aos pulos de Hello, Hello.

Até hoje eles contam rindo,  o primeiro contacto que tiveram com esses clientes.


E como matutos, sempre que tinha muita neve, íamos para os parques sentir ela cair no rosto da gente. Era muito legal.

O Bem logo arrumou também, um extra de cozinheiro num pequeno restaurante brasileiro chamado Ver o Peso.

Num dia que o restaurante estava lotado com reservas, o dono pediu o Bem pra fazer uma entrada com uma salada exótica. E então o meu Bem inventou essa salada com os ingredientes que dispunha no momento.

Deu o nome de SALAGATINHA.

SALAGATINHA  (Uma salada muito gostosa )
Ingredientes(para 5 pessoas)
1 lata de jaca ou 500 g de jaca fresca
1 pé de alface cortado a Jullien (fina em tirinhas)
1 cebola roxa cortada em meia lua
1 xícara de alho francês cortado em rodelas
3 dentes de alho picados
1 tomate cortado em 8
1 xícara de milho verde
1 pimenta dedo de moça cortada bem fininha sem sementes
1 pimentão amarelo cortado em quadrados pequenos
Queijo mussarela cortado em cubos(200 gramas)
Sal,pimenta do reino, Orégano, azeite e suco de limão para temperar(tudo ao seu gosto)

Dentro de um refratario próprio misture tudo e tempere
Dica: Reserve um pouco do pimentão do tomate e do queijo para decorar.


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 Chegamos por fim em Munique, na Alemanha.

 Por conta da ajuda de alguns conhecidos, logo conseguimos um pequeno studio (tipo uma kitchenete) num bairro muito simpático e charmoso, as margens do rio Isa e próximo ao Deutsche Museum chamado Isator. Como o studio era até grande, dividimos ele com uma estante transformando-o em 2 cómodos. Lá morávamos, eu, gatinha e meu enteado Felipe.

Um dia....

"Bem, Bem, acorda!!! Venha ver!!"-  Era Gatinha me chamando, toda eufórica para que eu visse o que aquela linda manha de outono no mês de Novembro tinha nos reservado: Neve, muita neve caía, e a gente podia contempla-la da nossa janela.

Diferente de Portugal, onde tínhamos que estar agasalhados até dentro de casa por causa do frio que entrava, a vedação e a calefação dos apartamentos na Alemanha é muito boa, e indiferente da temperatura que estivesse fazendo lá fora, dentro podíamos ficar até de shorts.

Fiquei muito emocionado e alegre, pois mesmo morando na Europa já há algum tempo, não tinha tido a oportunidade de ver ao vivo, pois em Portugal mesmo no inverno rigoroso, só neva na região da Serra da Estrela e no Extremo Norte do país. Por isso, aquele tinha sido meu primeiro contato com a neve (contato mesmo), pois saímos para brincar e curtir aquela deliciosa manhã.

 Nos dias seguintes não parou mais de nevar e isso nos deu condições de realizar um sonho de infância: Fazer um boneco de neve, como se vê na TV.

Foi muito divertido, mas um pouco complicado também. Depois de umas poucas tentativas, desenvolvemos uma "técnica" e criamos nosso primeiro Boneco de Neve. Inesquecivel, pois o primeiro boneco de neve a gente nunca esquece hehehe.



Falando em Munique, vou passar hoje pra vocês uma receita de frango assado com limão, que é muito bom e é uma receita que foi passada, a mim, por um dono de restaurante Alemão. Esta receita caiu, para mim, como uma luva, pois em Munique a carne de vaca é muito cara , então comíamos muito frango e linguiça.

FRANGO DE INVERNO.

1 Frango inteiro
1 Limão (qualquer um)
Sal grosso
2 colheres de manteiga
Pasta de alho arisco ou tempero completo

Tempere um frango inteiro com sal grosso e reserve por 10 minutos.
Coloque um limão (com casca e sem cortar)dentro do frango
Embrulhe bem o frango em papel alumínio e asse em temperatura media durante 1 h
Retire do forno, pincele o frango com uma pasta de alho(tempero completo)com manteiga
Volte o frango ao forno em temperatura alta por 15 minutos.
Já era.
Fica bem com arroz branco  e salada verde
E com um bom vinho branco para acompanhar


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Nossa primeira viagem a França, fomos primeiramente a Eperney, na região de Champagne. E depois demos uma passadinha em Paris.
Entrada da fabrica de champagne


 No hall da fabrica de champagne


Nas caves da fabrica de champagne


Torre Eiffel


Paris, cidade luz


As pontes do rio Sena


Catedral de Notredame, aquela do corcunda hehehe


Museu do Louvre, me emocionei...


Monalisa, o que não tem preço...

Venus de Milus