Falando em ir embora para a Alemanha...
Já fazia 2 anos que vivíamos em Portugal e 6 meses que tínhamos ir morar juntos.
Estávamos bastante estressados e sem paciência, principalmente pelos preconceitos que sofríamos diariamente dos "alfacinhas" (termo usado para designar os habitantes da cidade de Lisboa).
Além da dificuldade para alugar apartamento, até os pequenos problemas em filas de super mercado, viravam oportunidades para ouvirmos coisas como: "Volta pro teu país".
Esta era uma das frases que mais escutávamos.
Isto nos aborrecia muito.
Mesmo sabendo que os imigrantes salvaram o sistema de Segurança Social de Portugal (tipo a Previdência Social no Brasil) do colapso, pois quase 20 % dos português viviam de seguro-desemprego. Nós imigrantes, fazíamos a nossa parte, enquanto que o seguro-desemprego virou meio de vida para uma parte dos portugueses, principalmente os Lisboetas.
Existe um ditado em Portugal que diz: " No Porto trabalha-se, em Coimbra estuda-se, em Braga reza-se e em Lisboa gasta-se/diverte-se" . E os "Alfacinhas" têm orgulho disso.
Talvez também por conta do nosso estresse, entramos na "Fase do ódio".
Tudo nos irritava, e a nossa diversão predileta era falar mal dos Lisboetas. Das pessoas, não do lugar. Sempre adoramos o país Portugal e nunca deixamos de achar a cidade de Lisboa linda e charmosa.
Nessa época contamos muitas "piadas de português" e descobrimos que muitas das piadas que contamos no Brasil, usando o português, eram contadas também pelos lisboetas usando o Alentejano (pessoas da região do Alentejo) como personagem principal.
Mas também descobrimos que "piada de português" só tem uma, o resto é tudo verdade.
Brincadeira...hehehe
Falando sério, aconteceram algumas coisas conosco e amigos que nos fez pensar em escrever um livro, cujo o titulo ia ser:
"ISTO NÃO É UMA PIADA..."
Nele escreveríamos por exemplo o episódio em que o Felipe foi comprar 3 cervejas no café que ficava embaixo do nosso prédio, e o rapaz do café marcou com uma caneta a cerveja que estava gelada (pois ele disponha apenas de uma gelada) para que o Felipe distinguisse a cerveja gelada das outras 2 que estavam naturais.
Ou então contaríamos o que aconteceu com um amigo que foi enviar uma encomenda nos correios e na hora de passar a fatura, a moça do correio perguntou em que nome ficaria a fatura, e ele, displicentemente, disse que podia deixar em branco. Quando chegou em casa descobriu que no lugar do favorecido da fatura esta escrito: "Deixa em branco".
Ou ainda, de um outro amigo que foi tirar um visto de empresário, quando pediram para ele levar 50 mil euros em espécie até o SEF (Serviço de Emigração e Fronteiras), e ele argumentou:" Mas senhora, pense bem, não seria mais prático e seguro eu trazer apenas um extrato de conta bancaria?" e ela lhe respondeu antipaticamente: "Senhor, eu não sou paga pra pensar".
Mas o pior era o que , ás vezes, saía no jornal, como uma pequena noticia, onde eles informavam que tinha sido achado o corpo de um empresário desaparecido amarado dentro do porta-mala de seu carro, que foi encontrado dentro de um lago. E com todas essas informações, "suspeitava-se" que tinha sido assassinado.
Mas tudo bem, o nosso estress também contribuía para o aumento do nosso sarcasmo.
A minha situação era ainda pior, pois com o estresse, vêio também uma forte depressão.
Tudo me irritava, até a voz deles. Por conta disso não parava em nenhum emprego.
A minha filha Rebecca decidiu voltar pro Brasil, e eu, Bem e Felipe decidimos ir para Alemanha, precisamente para a cidade de Munique, onde morava uma irmã minha.
O Heiga preferiu ficar em Portugal, pois trabalhava na Mont Blanc do El Corte Ingles, e não queria perder esse emprego.
Entregamos o apartamento e ficamos quase um mês na casa de uma amiga, a Teresa Amelia (ela esta na foto do restaurante Chinês na postagem do ano novo) preparando nossa mudança para a Baviera.
Nosso maior problema na mudança era decidir o que fazer com o nosso gato, o "Pit Bull". Não podíamos leva-lo conosco e nem manda-lo pro Brasil junto com a Rebecca, porque ficava muito caro. Então a mãe de um amigo, que tinha perdido o marido a pouco tempo e estava se sentindo muito sozinha, pediu para adota-lo. Deixamos então, o "Pit" em suas boas mãos.
Esse era o nosso gatinho "Pit Bull"
É claro que fizemos uma grande despedida, e mais uma noite, até o amanhecer, de churrasco e cerveja.
Enquanto estivemos na casa da Teresa, comíamos bastante uma mistura que o Felipe fazia com Atum, porque era fácil, rápido e não sujava muito.
O ATCHUM DO PI
2 latas de Atum ao Natural
1 cebola picada em cubinhos
1 emb. de cogumelo cortados em tirinhas
1 lata de milho
1 creme de leite
1 sazon nordeste ou se preferir um caldo de galinha
1 colher de sopa de margarina
Coloque a margarina numa panela e esquente,e seguida junte a cebola e refogue bem,coloque o atum,depois junte o cogumelo e o milho,mexa um pouco( por uns 2 minutos)..Junte o sazon nordeste,mexa mais um pouco,então,desligue o fogo e junte o creme de leite...
Fica ótimo com arroz branco e adoro comer com banana...Deliciaaaaaaaaaa...
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